Prêmio
nise da silveira
O Prêmio Nise da Silveira foi idealizado pelo professor Dr. Norberto Garcia Cairasco coordenador do Lab. de Neurofisiologia e Neuroetolologia Experimental do Departamento de Fisiologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP. A premiação foi proposta pelo professor Cairasco na Assembleia Geral da Sociedade Brasileira de Neurociências (SBNeC) em seu XLII encontro anual, ocorrido em 2019 em Campos do Jordão-SP. O prêmio Nise da Silveira é destinado aos proponentes de atividades realizadas durante a Semana Nacional do Cérebro (SNC) e representa o reconhecimento dado pela SBNeC à importância desta semana para popularização das neurociências na sociedade civil brasileira. Assim, a partir deste ano (2020), os trabalhos realizados durante a SNC, ganharão espaço dentre as premiações concedidas pela SBNeC. Para concorrer ao Prêmio, a atividade registrada na IX SNC deve ser submetida em formato de resumo no próximo encontro anual da SBNeC, a ser realizado durante o 3º Congresso Internacional da FALAN, que irá ocorrer no período de 14-17 de setembro de 2020, em Belém do Pará. Os trabalhos submetidos deverão ser apresentados durante o congresso e serão submetidos à avaliação. A premiação tem como objetivo dar um incentivo maior para todos àqueles que se dedicam a divulgar e estimular o conhecimento da Neurociência em nosso país, através de suas atividades.
Quem foi Nise da Silveira?
Em reconhecimento a seu trabalho, Nise foi recebeu diversas condecorações, títulos e prêmios em diferentes áreas do conhecimento, resultado de seu extensivo esforço em humanizar e melhorar o tratamento psiquiátrico de sua época, tornando-a uma figura feminina de grande luta e dedicação.
Nise da Silveira, nascida em Maceió (1905-1999), foi uma médica psiquiatra brasileira. Reconhecida mundialmente por sua contribuição à psiquiatria, revolucionou o tratamento mental no Brasil, dedicando sua vida ao trabalho com doentes mentais, manifestando-se radicalmente contra as formas que julgava serem agressivas em tratamentos de sua época, tais como o confinamento em hospitais psiquiátricos, eletrochoque, insulinoterapia e lobotomia. Nise ainda foi pioneira ao enxergar o valor terapêutico da interação de pacientes com animais.
Sua formação básica realizou-se em um colégio de freiras exclusivo para meninas, o Colégio Santíssimo Sacramento, localizado em Maceió. De 1926 a 1931 cursou a Faculdade de Medicina da Bahia e se
formou como a única mulher entre os 157 homens de sua turma, estando entre as primeiras mulheres no Brasil a se formar em Medicina. Em 1927, já formada e casada com seu colega de turma Mário Magalhães, se mudou para o Rio de Janeiro onde se engajou nos meios artístico e literário, voltados para área médica, com diversas publicações dos avanços da medicina. Em 1933, cursando os anos finais da especialização em psiquiatria, estagiou na clínica neurológica de Antônio Austregésilo. Logo após terminar sua especialização, foi aprovada no mesmo ano em um concurso de psiquiatria e começou a trabalhar no Serviço de Assistência a Psicopatas e Profilaxia Mental do Hospital da Praia Vermelha.
Em 1936, Nise foi presa por denúncias de posse de livros marxistas. Porém, 8 anos depois, já em liberdade, voltou ao serviço público e retomou sua luta contra as técnicas psiquiátricas que considerava agressivas aos pacientes, criando ateliês de pintura e modelagem com a intenção de possibilitar aos doentes reatar seus vínculos com a realidade através da expressão simbólica e da criatividade, revolucionando a Psiquiatria então praticada no país.
Outras realizões de Nise foi fundar o Museu de Imagens do Inconsciente, em 1952, um centro de estudo e pesquisa destinado à preservação dos